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segunda-feira, fevereiro 24, 2014

A VIDA É UMA TAPEÇARIA


A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela.
Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho.
Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos.
Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir.
Em quartos, corredores e salas, secreto e trivial escorrem misturados entre pais e filhos, morte e nascimento, rancores e amor.
Casas são muito importantes para mim. É nelas que o fio passa de mão em mão, brotando das mulheres que mal se dão conta do indizível em seus ventres.
Nas casas lançam raiz futuras lembranças que, somando-se ao que já trazemos ao nascer, vão nos deixar mais fortes ou mais vulneráveis.
A vida tem muitos aposentos, e “no quarto dos fundos senta-se a alma solitária á espera de passos que não chegam nunca” (E. Wharton)”  Lya Luft  

A Tecelã é uma imagem arquetípica.  Tecer é o processo pelo qual o fio é criado pelo giro do fuso e da roda, seguido do ato de tecer vários padrões em diversas cores.
Como símbolo mítico fala-se  na criação da ordem cósmica e na determinação dos destinos humanos. Imagem da Grande Mãe, Senhora do Tempo e do Destino.
Segundo Mircea Eliade o próprio Cosmos é concebido como um tecido, como uma enorme rede, onde como na vida humana tudo está ligado através de uma textura invisível.


Ainda nos terreno dos símbolos, falando do tecer lembramos da aranha, que é  vista como uma intermediária entre o céu e a terra, no seu trabalho infinito de fiar, capturar, desfazer e renovar a sua teia, por isso ela simboliza a alternância das forças que sustentam a estabilidade cósmica. Jung considerou-a um símbolo do Self, a parte da personalidade que inclui e integra o subconsciente e o consciente, o claro e o escuro, a luz e a sombra.

Se entendemos  que somos sujeitos históricos, podemos compreender que podemos criar nossa vida, fazer dela o melhor que pudermos.
Alguns traçam as teias de sua vida de forma fatalista, trágicas, fadadas ao fracasso e a infelicidade; outros com esperança, vendo obstáculos e dores como aprendizados, para seguir em frente e poder se tornar mais feliz.


A vida é uma tapeçaria. Cada um pode fiar, tecer e criar sua própria história.

Tania Jandira R. Ferreira
24/02/2104

terça-feira, fevereiro 11, 2014

PESTE EMOCIONAL



Um das grandes contribuições de Wilhelm Reich a humanidade foi sua definição da insanidade humana, a qual chamou de "peste emocional" – a presença da irracionalidade destrutiva nos grupos.
O nome que deu é bastante pertinente.
Peste por que é algo que se propaga, que é algo contagioso.

O indivíduo contaminado pela peste emocional entra em situações de reforço mútuo com outras pessoas que têm em comum uma série de impulsos destrutivos, dos quais não estão conscientes.

Estas pessoas juntas criam um “álibi social” para realizarem esses impulsos conjuntamente, através do mecanismo da racionalização, mediante a ideologia de algum grupo.
Na história da humanidade não é difícil encontrar inúmeros exemplos de processos de peste emocional em ação.

Para entender mais um pouco, um vídeo de 5 min. de Rinaldo Martins de Oliveira sobre o tema  

quinta-feira, fevereiro 06, 2014

Gandhi, violência e a Barbarie em nosso cotidiano


Hoje com os noticiários que repercutem, não pude deixar de pensar em Gandhi.  
Não podemos crer que violência deve ser combatida com violência.  
É o jovem infrator espancado, preso nú e cidadãos apoiando isso. 

São jornalistas que estimulam a violência e são aclamados por cidadãos.  
É a execução de infratores pela PM em represália a morte de um PM e pessoas da corporação que postam fotos da execução e se colocam como guardiões da sociedade. 

São cidadãos que exultam esse barbárie questionando Direitos Humanos.
Direitos Humanos são para todos nós.  
Precisamos extirpar a violência de nossos corações e mentes.  
Quando ela acontece com um estranho, com um diferente, muitos esquecem que podem estar em algum momento neste lugar, mesmo que não tendo cometido nenhuma infração, mas ter sido confundido com uma pessoa destas.
Seja a mudança que o mundo precisa.  
Tente de fato extirpar a violência que se incrustou em seu coração e mente. 

A sociedade agradece!
De uma psicóloga que luta pelos Direitos Humanos e ainda se indigna com o que o ser humano crê.

Tania Jandira R, Ferreira/ Fevereiro 2014

segunda-feira, fevereiro 03, 2014

O Arco íris e o mar


Essa semana fiz um face. O nome dele é FACES DA PSIQUÊ: https://www.facebook.com/facesdapsique Para responder a amigos que me perguntaram o por que da imagem que coloquei nele, fiz um pequeno artigo que compartilho aqui. 

O Arco íris e o mar 
“As imagens, os símbolos e os mitos não são criações irresponsáveis da psique; elas respondem a uma necessidade e preenchem uma função: revelar as mais secretas modalidades do ser”. Mircea Eliade 

Vários amigos me perguntaram por que a imagem o mar e do arco íris, como símbolo de uma página de uma psicóloga. 

O arco íris é um símbolo de várias culturas. 

Na cultura grega de onde seu nome vem, existe uma deusa chamada Íris, que exercia a função de arauto divino. Em sua tarefa de mensageira, a deusa deixava um rastro multicolorido ao atravessar os céus. 

No Cristianismo, islamismo e judaísmo dizem que o arco-íris foi intitulado por Deus "arco-da-aliança", por conta do Dilúvio. Após este, Deus prometeu que nunca mais iria inundar a Terra e depois de cada chuva seu arco apareceria nas nuvens, representando a aliança estabelecida entre Deus e todo ser vivente. 

Na cultura yorubá, o arco-íris também é representado como mensageiro divino aos seres humanos na figura do orixá Oxumarê . O senhor do arco-íris, a serpente de fogo, o Orixá da transformação, o terceiro Orixá do fogo. 

O arco-íris não existe, trata-se de uma ilusão de óptica cuja visualização depende da posição relativa do observador. Todas as gotas de água refratam e refletem a luz da mesma forma, no entanto, apenas algumas cores resultantes desse processo é que são captadas pelos “olhos do observador”. 

O Mar é também um símbolo presente em várias culturas. 

O Mar é um símbolo do Gênese Cristão, do nascimento. 

Para os vedas é chamada de mâtrimâh, significando: "a mais materna". 

Na cultura Yorubá o mar é representado entre outros Orixás, por Yemanjá, que tem o dom de gerar. Ela é a responsável pelo ori, a consciência de todos nós, rege o destino das coisas que precisam ser modificadas, traz novo alento a todos aqueles estão submergidos em problemas, rege a mudança no ritmo da Vida, pois ela esta ligada ao Elemento Água. 

Carl Jung, psicanalista, via no mar o símbolo do "inconsciente coletivo". 

O Mar é o embrião humano de onde toda a vida saiu. Símbolo da fecundação, da origem da vida, lugar das transformações e dos renascimentos símbolo da dinâmica da vida. Sua imagem também se refere às emoções, aos desejos, à emotividade e a sensibilidade. Mar que é marola e tsunami. 

O Arco íris e o Mar são símbolos de TRANSFORMAÇÃO, objetivo de toda ação psicológica na minha compreensão. Transformação de todos os envolvidos nesta ação. Ideal e utopia que acredito e persigo, tentando não só potencializar a transformação do outro, dos outros a quem dirijo minha ação, mas também a mim mesma. 
Tania Jandira Rua Ferreira /Fevereiro-2014

Ps – O template de meu face, que também muitos acharam lindo, foi criado por meu amigo Laércio Adriano que trabalha com design e imagens, a quem aqui dou o crédito, por me entender e possibilitar com essa imagem trazer um pouco de mim e do meu trabalho. Abaixo está o templade.