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quinta-feira, dezembro 26, 2013

Ceder não é um ato de fraqueza


Ando refletindo muito sobre conflitos que acontecem, ás vezes sem nenhum motivo sério aparente.
Como gosto muito de desenho animado achei um bem interessante sobre isso.
Ele se chama " A ponte". O nome não podia ser mais apropriado.


Pontes que ligam um espaço a outro, que ligam pessoas e relacionamentos. Que pontes fazemos?
Com quem fazemos? Como destruir algumas que são nocivas?
Espero que seja uma boa reflexão para todos e todas.


segunda-feira, dezembro 09, 2013

Integração escola, família, comunidade – um campo múltiplo de intervenção


Proposta há muito perseguida pelo poder público no país, a integração escola, família, comunidade é um campo múltiplo de intervenção, que enseja uma teia de diferentes conexões.

Quando se fala de “ integração” temos que lembrar que é uma palavra que pode ter diferentes significados pelos diferentes agentes presentes no universo escolar. Significados que podem ser trazidos á cena em conversas, reuniões e nas visitas ao “ território”.

Se olharmos a escola como um “ território” – localizado espaço, materialmente que traz uma cultura, uma história, um signo; que tem “fronteiras” com outros “ territórios” e diversas interfaces com estes, podemos pensar em um “ mapa”.
Mapa este, que pode ser estratégia de diagnóstico e mobilização com vistas á integração/família/comunidade se estas são sensibilizadas à participação.

As famílias habitualmente tem sido chamadas à escola por conta da conduta de seu filho ou pelo seu não rendimento escolar ou coletivamente para socializar problemas da escola. Mobilizações de pais pela ausência de professores nem sempre são bem vindas, e isso ocorre em escolas públicas e particulares.

Integrar as famílias a escola é torná-las parte integrante, é um jogo de “ negociação de fronteiras” que a cada escola/território terá sua singularidade, correspondente com cada “ coletivo família” e “ coletivo escola”. “ Coletivo” entendido como algo não pronto, algo em permanente construção.

Uma multiplicidade de possibilidades.

Cada território-escola terá sua resposta.

Um objetivo que alguns perseguem é de sensibilizar pais para a importância da educação e para a educação que a escola está dando a seus filhos. Outros que os pais possam também discutir e definir sobre esta educação.

Integração “ escola-família” parte do agente/escola como convite a um tipo de participação. Convite sobre algo que busca envolvimento das famílias em que?

Territórios são espaços com regras e poder, simbólicos e materiais.

A palavra comunidade também pode ter diferentes significados para cada agente escolar.
Pode para alguns significar “o conjunto de moradores”, como se fosse um todo homogêneo. Pode significar para outros, grupos específicos de moradores ( como 3ª idade, mães desempregadas) que se entenda tenha alguma necessidade que a escola possa suprir e ainda, grupos organizados da e na comunidade ( escolas de samba, ongs, os., associação de moradores, etc).

Pensar a escola como um território, é pensar quais são as “ fronteiras” negociadas pela escola com a comunidade em busca de integração.

Ceder o  espaço para lazer dos moradores, fora dos seus horários de trabalho, tem sido uma intervenção/estratégia de escolas visando integração da comunidade.
Comunidades estas que se encontram em “ territórios” em muitos casos sem um espaço destinado a este fim.
Lazer/cultura que pode possibilitar trazer a cena “ artistas locais”, a “ cultura local”, mas também possibilitar acesso á outras expressões artísticas, outras conexões, através de exibição de filmes, danças, teatro, etc.
Potencializar a conexão educação–cultura tem sido objetivo que alguns perseguem quando estão falando de integração escola- comunidade.
Ceder o espaço para o lazer da comunidade também pode possibilitar a organização de “ coletivos “ que engendram outras formas de inter relação de moradores, times de futebol, grupos de dança...  

Oferecer “ serviços” a comunidade também tem sido uma intervenção/estratégia de escolas visando integração da comunidade.
Comunidades estas que se encontram em “ territórios”  que em muitos casos não tem quem ofereça estes serviços, mas para que se saiba isso é importante se saber se realmente não existem e aí o “ mapa/diagnóstico” é necessário, para que não haja uma justaposição de serviços e mais que isso, para também se conhecer com que grupos organizados a escola pode contar.
Experiências com grupos organizados das comunidades, que por exemplo trabalhem questões de direitos humanos, pode auxiliar a escola e seus agentes escolares em ter mais entendimento de como os moradores percebem seus direitos, quais são violados e como isso repercute no cotidiano escolar. Uma troca e parceria que pode se dar através de convites para palestras, debates, oficinas.
Experiências com grupos organizados que trabalham danças e esportes com crianças e adolescentes, também tem se mostrado potencialmente interessantes, pois possibilitam trabalhar conjuntamente aqueles hoje chamados hiper-ativos, ou os dislexos, ou os que tem dificuldade de concentração.

Há uma multiplicidade de possibilidades na integração escola-comunidade também.

Aqui também cada escola terá sua resposta singular.

Um objetivo que alguns perseguem nessa questão é de que a escola se insira de fato na comunidade onde está instalada, a percebendo não como  o único agente educacional presente na comunidade, percebendo educação como um projeto mais amplo, que implica em cidadania e participação.
                                                                               
Tania Jandira R. Ferreira/dezembro 2013