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domingo, outubro 28, 2012

A viagem não acaba nunca




A vida é uma viagem onde podemos a cada dia mudar o caminho traçado, com ou sem mapa, importa é qual a paisagem para onde dirigimos nosso olhar.
José Saramago já proseou sobre isso. Então, um pouco dele por aqui. 

A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam.
E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa.
Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:

“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim.
O fim de uma viagem é apenas o começo de outra.
É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já,
Ver na primavera o que se vira no verão,
Ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía,
Ver a seara verde, o fruto maduro,
A pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava.
É preciso voltar aos  passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem. Sempre.

segunda-feira, outubro 15, 2012

VIDA É MOVIMENTO, É PULSAÇÃO

A vida é movimento, é pulsação. Ela pode ser criada e recriada a cada momento por nós.
O movimento da vida é de contração e expansão constante. 
Se congelamos um desses movimentos podemos ter problemas. 
A angústia cresce quando não há confronto com a vida.
A contração permanente imobiliza, endurece, paralisa. 
A expansão permanente tende a nos misturar com o mundo, perdermos nossas fronteiras.
Estas são idéias forças de Wilhelm Reich que nos mostrou com a história emocional de cada um está inscrita no corpo através de couraças.
Um pouco dessas idéias para reflexão nas palavras de Nelson Lucero, terapeuta corporal.

Vídeo do Café Filsófico em : http://www.youtube.com/watch?v=gN4VJPVmhaU

segunda-feira, agosto 13, 2012

LAÇOS HUMANOS, MISTURA DE BENÇÃO E MALDIÇÃO


Laços humanos hoje são comuns? Que tipo de laços?

Trago uma reflexão de um sociólogo que amo, sobre o assunto. 

O sociólogo é o Baumann que entre outras questões nos fala de uma "sociedade líquida" e "amores líquidos" onde tudo é para não ser " sólido": produtos que compramos, relações de trabalho, relações familiares, amores, etc tudo é líquido, tudo é fluído.
Aqui um vídeo de 6 minutos sobre os LAÇOS HUMANOS


Misturo aqui também  uma poesia de outro que amo, o Mario Quintana, chamada " O LAÇO E O ABRAÇO", para aqueles que querem viver laços humanos.

Meu Deus! Como é engraçado!
 Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço...
 Uma fita dando voltas.
 Enrosca-se, mas não se embola,
 vira, revira, circula e pronto:
 Está dado o laço.

 É assim que é o abraço
 coração com coração,
 tudo isso cercado de braço.

 É assim que é o laço:
 um abraço no presente, no cabelo, no vestido,
 em qualquer coisa onde o faço.

 E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
 Vai escorregando...
 devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
 Solta o presente, o cabelo,
 fica solto no vestido.
 E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.

 Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
 Tudo que é sentimento.
 Como um pedaço de fita.
 Enrosca, segura um pouquinho,
 mas pode se desfazer a qualquer hora,
 deixando livre as duas bandas do laço.

 Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
 E quando alguém briga então se diz: romperam-se os laços.
 E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
 
 Então o amor e a amizade são isso...
 Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
 Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.


terça-feira, julho 31, 2012

ONDE ACABA O AMOR TÊM INÍCIO O PODER, A VIOLÊNCIA E O TERROR ( Jung)



Temores e medos fazem parte do humano. Todos em todas épocas e culturas temeram ou temem algo.
Situações novas ou inesperadas podem transmitir sentimentos de insegurança ou serem sentidas como um “ perigo” .
Diante de um perigo, mesmo com medo, a pessoa luta e o enfrenta, ou  foge... de uma forma concreta ou subjetiva.
Mas algumas situações de “perigo” causam um terror que paralisa, deixando a pessoa a mercê da situação. A pessoa é dominada pelo pânico que passa a tomar conta da consciência.
O medo tem sido cada vez mais estimulado em nossa sociedade. Ele ocupa diariamente os noticiários, livros, revistas... uma “cultura do medo” que vai afetando as pessoas, evidenciando  dificuldades de indivíduos que não conseguem responder as transformações sociais e problemas que surgem na sociedade e em seu cotidiano.
Mas estamos realmente vivendo em tempos extremamente perigosos?
Há todo o momento são divulgados fenômenos da natureza, como terremotos, furacões, vendavais, tsunamis que ocorrem no mundo. Se não bastasse isso há também  profecias sendo divulgadas, aonde se vincula fenômenos que ocorrem com a possibilidade da extinção da humanidade, de uma área geográfica. Somados a isso, as guerras que acontecem em alguns países, acontecimentos de violências cotidianas, epidemias e novas doenças são divulgados em manchetes sensacionalistas.  Alarmistas são personagens desta cultura.
Quando a Humanidade não teve guerras aonde multidões morreram? Quando não houve pestes e doenças que dizimaram milhões?
Quem se beneficia com a propagação dessa “ cultura do medo”? Quem se beneficia com essa sensação de insegurança permanente nos cidadãos?
Estudiosos vêm demonstrando que é a nossa percepção do perigo que tem aumentado, e não o nível real de risco.
Há todo um mercado em relação a essa “ cultura”: drogas/remédios, grades, seguranças, câmeras, seguros....para controle social e quiçá individual. Há indústrias que lucram com o medo coletivo, exageram a ocorrência de doenças, manipulam informações sobre fatos sociais e fenômenos naturais que ocorrem. A propagação de falsos profetas, a entrada em cena de alarmistas e a veiculação do terror são um mecanismo de controle social que faz parte da “ cultura do medo”.
O medo tem sido cultuado e com isso se mascara situações reais como o desemprego, a falta de condições de vida digna de boa parte da população, o acesso a saúde e a educação que trazem insegurança ao viver cotidiano.
O medo cultuado se transforma em PARALISIA, impedindo transformações sociais tão necessárias... 
Há realmente um incremento da violência no cotidiano ou mudamos nossa percepção dela?
Houve  períodos da história da humanidade onde escravizar alguém e torturar era visto como algo ... natural...apedrejar impuros, colocar hereges nas fogueiras....extirpar parte do corpo ligado a sexualidade, dar eletrochoque nos ditos " loucos".....
Até há bem pouco tempo, homem bater em mulher era visto como ... normal e ninguém se metia. Surrar filhos, fazer chacota sobre a cor do outro, sobre a orientação sexual, também.
A cada momento histórico o ser humano lida com a violência de uma forma e a justifica através de preceitos morais, religiosos, políticos, científicos.
Hoje  entendemos que há várias formas de violência: psicológica, física, etc.

Acredito que a violência é irmã do preconceito, do desrespeito, da intolerância e uma forma de PODER, para se tentar de alguma forma subjugar o outro, mostrar-se superior, uma demonstração de insegurança também... alguém que precisa subjugar o outro ou anulá-lo de alguma forma... é por que o teme.

Vivemos num tempo histórico onde a COMPETIÇÃO está sendo estimulada como algo natural, no lugar de uma convivência mais fraterna e solidária.
Vivemos num tempo histórico onde a INDIVIDUALIDADE é estimulada, como uma separação do “ outro” que é diferente de nós, que em muitos momentos é visto como um PERIGO, no lugar de nos vermos com iguais. Sentimentos de ódio, rancor, vingança e dor, são consequência da cultura do medo, do individualismo e da competição.

O estímulo a cultura do medo, produz a desconfiança em relação “ ao outro”, separando e isolando as pessoas, numa busca desesperada por maior segurança, pessoal, física, de ser melhor, ganhar mais, ter mais...e manter tudo imutável. Temos medo de morrer, medo de adoecer, medo de ficarmos velhos, medo de não sermos amados, medo de promover mudanças na vida.
Pelo medo do desconhecido, se prefere o que se tem, mesmo sendo infeliz. Pelo medo de desafios e do novo, se fica do mesmo jeito, mesmo sendo infeliz.
Pelo medo de se perder o que se tem e começar tudo outra vez, se fica no mesmo lugar, mesmo infeliz.
A imobilidade gerada pelo medo é a responsável pelas crises que se observa em todas as áreas e em todo o mundo.

O medo torna as pessoas obedientes também, incapazes de atuar diante de relações desiguais. O medo priva as pessoas de desenvolverem suas potencialidades e de viverem em liberdade.  Desconhecemos como fazer uso da liberdade. Acabar com a cultura do medo é dar a todos os seres humanos a mesma condição de igualdade ou de liberdade, onde uma pessoa não é mais importante do que a outra.
Precisamos de uma nova forma de viver, que tenha como princípio o RESPEITO,  respeito a tudo o que é vivo e responsabilidade cotidiana em cada ato. Fazer de cada ato, uma mensagem de Amor. 
Tania Jandira R. Ferreira/julho 2012

segunda-feira, julho 02, 2012

SAÚDE MENTAL

Olá pessoal, compartilhar pensamentos de pessoas que falam de forma simples, questões complexas, tem sido uma necessidade minha por aqui; então trago agora Rubens Alves falando de saúde mental.

quinta-feira, maio 31, 2012

O DIREITO DE SONHAR

Sonhar faz com que futuremos, faz com que tenhamos força para darmos mais passos. Sonhar faz com que tentemos construir um outro mundo.
Eduardo Galeano, escritor Uruguaio que gosto muito, há mais de 10 anos, atrás nos brindou com um sonho seu, que é meu também.

quarta-feira, maio 23, 2012

TOCAR O CORPO DO OUTRO COM REVERÊNCIA, REATIVAR O CONTATO HUMANO


Atualmente com tantos romances “ ficantes”, aonde está o abraço de ternura? Aonde ficou o aconchego?  O colo para quando você está triste? O abraço em que você se funde? O abraço aonde você se entrega?

Quanto mais romances voláteis, menos ternura, menos entrega nas relações... mas dificuldades de contato. Relações mais sexualizadas e menos ternas, mais retratéis, mais ariscas... mais gente com medo do toque... do olhar no olho do outro, do contato humano imprescindível para nos sentirmos humanos, queridos, acalentados.

Na psicoterapia começo a massagem terapêutica pelo pé. Parte que parece mais distante, mais é zona de contato com a terra, com o caminho que fazemos a cada dia. Parte do corpo que relaxa ao toque, que abre caminho para a intimidade, que é de ternura, que permite o reencontro com a necessidade do afeto tão esquecido em nossa cultura de amores líquidos.

A massagem é ferramenta da bioenergética. A esta ferramenta adiciono óleos essenciais usados na aromaterapia, que acalmam, sedam, energizam, estimulam. Para cada um, um toque determinado, um óleo específico.

Assim, como Osho, entendo que a : “ A massagem é entrar em sincronia com a energia do corpo de alguém e sentir onde ela está a faltar, sentir onde o corpo está fragmentado e torná-lo completo de novo... é ajudar a energia do corpo de modo a que ela não continue fragmentada e contraditória. Quando as energias do corpo estiverem alinhadas e se tornarem numa orquestra, então a massagem será bem sucedida. Assim tenha muito respeito com o corpo humano. Ele é o verdadeiro santuário de Deus, o templo de Deus. Assim com profunda reverência, prece, aprenda.”

Tania Jandira R. Ferreira

segunda-feira, fevereiro 27, 2012

A DOR É INEVITÁVEL, O SOFRIMENTO OPCIONAL


Podemos falar de SOFRIMENTO de várias formas. Trago a poesia DEFINITIVO de Carlos Drumond de Andrade  para falar sobre isso.
Então, com a palavra nosso poeta:


Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado
e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos,
por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos,
nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...

domingo, janeiro 29, 2012

TER OLHOS PARA VER

Algumas pessoas me pedem para que eu escreva sobre os problemas do dia a dia, como trabalho, família, solidão, amores.
Outros que eu escreva sobre algumas categorias de problemas psicológicos atualmente em voga, como outrora foi a histeria.
Tenho resistido a isso. Tenho preferido trazer para cá a plenitude da vida que entendo é nosso direito.
Não, por que não entenda que tenhamos problemas que por vezes nos sufocam, ou que não tenhamos questões psicólogicas que possam nos abater, mas... por que é próprio do meu fazer terapêutico dirigir o olhar para a saúde, por que entendo que sempre podemos dirigir nosso olhar... todos nós.
Então, trago um vídeo de Louie Schwartzber que traz uma proposta de " felicidade compartilhada" que compartilho com vocês

TOCAR O CORAÇÃO DAS PESSOAS É MEU PROPÓSITO


Eu adoro os poetas. Isso já deve ter sido notado, rssss.
Tem horas que leio um poema e é tudo que penso, é tudo que gostaria de ter dito ou escrito.
Hoje li Cora Coralina, uma das minhas poetisas queridas.
Depois do que li, nada do que poderia ter escrito por mim teria qualquer sentido ou significado, muito do que quero dizer... já foi dito por outros...  então, um pouco de Cora Coralina para nós!


Não sei se a vida é curta ou longa para nós,
mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silencio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que acaricia,
desejo que sacia,
amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.

Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.


terça-feira, janeiro 10, 2012

O QUE PODEM OS AFETOS?

O que podem os afetos? Há alguma forma de educarmos nossos sentidos? Em nos possibilitar ver com outros olhos? Ouvir com outros ouvidos? Como nos deixarmos afetar? 
Um bom papo de Nelson Lucero e Vivian Mosé para refletir.

O QUE É SER NORMAL?

O que é ser normal? Esta é uma questão posta a todos a área psi... então vamos as respostas, rssssssss